sexta-feira, 9 de maio de 2014

010: "Spider-Man, Spider-Man...!" ♪ ou Eu vi O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA 2, e...


Quem me conhece mesmo ligeiramente já leu minhas citações sobre o Homem-Aranha, e muito facilmente percebeu que gosto bastante desse super-herói. 

Ele é assunto recorrente nas minhas conversas que envolvem Cinema e Quadrinhos, há anos, e até foi pauta da primeira postagem do blog. É O Personagem; aquele com o qual eu me solidarizo e mais me identifico; o sujeito que é único ao mesmo tempo que poderia ser qualquer um, incluindo você ou eu

Jamais senti uma paixão cega, mas sim uma forte admiração que cresceu desde a segunda metade da década de 1990, quando conheci a inesquecível série animada da Fox exibida na TV COLOSSO pela Rede Globo. 

Adquiri e ainda compro revistas que trazem momentos raros ou clássicos, muitos desses escritos e desenhados pela dupla (Stan Lee e Steve Ditko) que iniciou a jornada do Cabeça de Teia no distante ano de 1962. 

Mas o que eu quero dizer com tudo isso, afinal? Que minha afeição é dosada e real. Vibro com os elementos e usos incríveis e me aborreço com os desperdícios, naturalmente, sempre apostando numa virada que porá as coisas ruins bem longe e as desviadas de volta aos trilhos. 

O texto a seguir é cópia de avaliação que publiquei num site a respeito de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, longa que estreou neste mês, porém também serve de olhar geral sobre os passos do Amigão da Vizinhança na sétima arte, nos gibis, sobre seu tão complicado presente e seu temeroso futuro.

Colocar um ponto de vista que considero no meio das respostas super ruins ou super positivas ao segundo capítulo dessa franquia e, talvez  "Sonho meu! Sonho meu!" ♪ –, dar início a algum debate é uma das minhas maiores intenções. Adoro trocar figurinhas; mas se esta aqui ficar apenas no mundo das curiosidades, com geração de reflexões... será algo válido. 

Aviso: NÃO HÁ SPOILERS. Pode continuar a leitura.

Muito obrigado! Abraços!





Esse produto foi menos preso em argolas que o anterior. Ponto muito positivo. Cenas de ação ilustram bem isso.

Há elementos que me cativam na fase Raimi e na fase Webb, mas há outros que me descontentam... e também um fato: nenhum longa que vi até hoje que me fizesse pensar "Um Filme do Homem-Aranha!" - um mix de puro entretenimento no meio da jogada comercial, proposta jovem e ótimas dramatização e caracterização em níveis como, por exemplo, da série animada de 2008 ou até um pouco mais denso.

A questão, pra mim, não é se vai seguir semelhante ao universo que vem dos anos sessenta ou se vai tomar como base uma reformulação, mas as aventuras que se quer mostrar, os arranjos individuais e em combinação, e, claro, a habilidade do filme enquanto filme.

Aliás: toda nova safra de adaptações gera um novo universo. Por isso, pensar demais em "fidelidade" com a fonte, de uma forma quase ipsis litteris, não é saudável, já que o próprio material usado não mantém, de fato, uma linha (Os recomeços, as mortes e voltas, as realidades alternativas estão aí, há muito tempo e aos montes, nos quadrinhos de super-herói, inclusive nas tramas do Aranha.).

Hiper conexões do tipo "Vilão A é funcionário da empresa do pai do meu melhor amigo", "Vilão B é aquele cara que eu encontrei por acaso um dia, enquanto comprava pizza, e que também - puxa, que coincidência! - é tio daquele meu colega de classe", "Vilão C é aquele estagiário que namora uma vizinha da minha namorada", por exemplo - e fui bem aleatório aqui, mas correto ao ilustrar como ocorrem essas coisas nas revistas, há anos -, nunca foram do meu agrado. Chegam a um ponto em que, por tudo convergir demais, todo e qualquer problema acontece por (ir)responsabilidade do herói, ou que é só acabar de vez com este para que a vida em NOVA YORK (Uma cidade bem grande, né? Pois era isso que eu pensava.) volte à normalidade dos criminosos que a polícia dá conta.

Gente simplesmente má e perigosa por opção e com trajetória mais própria sempre foi um material meio escasso nesses cinquenta e poucos anos do Cabeça de Teia. Mas necessária.

O longa: estão lá a melhor roupa, os melhores movimentos e efeitos, aquele estilo combativo moleque, o humor... E também um roteiro que realiza estripulias não tão charmosas quanto a do personagem central enquanto busca preencher o tempo de projeção. São muitas tentativas de criar motivos - sobretudo para o que virá nos outros lançamentos - e aí as cascas de banana aparecem.

Não saí da sessão crente que vi uma desgraça (É bem longe disso), mas não senti algo além de "Passei umas horinhas divertidinhas comendo pipoquinha num cineminha", apesar das competências da obra em questão.

O lance é o seguinte: começamos em 2002 e já estamos em 2014. É uma nova franquia, eu sei. Ok. Mas as coisas já deveriam ser mais ambiciosas e afinadas, não?

Ando bem cansado de meio termo (Ver um Peter Parker retratado como bobão, sofrido demais, com um amor aborrecido e mudanças bem ligeiras de postura diante das coisas depois de ganhar seus poderes... porém com lutas ótimas; ou uma versão mais juvenil, com disparador de teia e uma boa porção de referências - incluindo uma que é clímax e que agora voltou à cena mais na tentativa de sacramentar a nova cinessérie e ganhar respeito geral -, uma parceira mega carismática... mas com uma grande parte de sua origem ligada a tudo que ele vai combater ao longo de sua breve saga e uns subplots vazados como "O mistério dos meus pais"?).

Torço profundamente pra que a clara decisão executiva de seguir o e$tilo da Marvel e lançar Sexteto Sinistro, Venom, as partes 3 e 4 - e sabe-se lá o que mais - pelo menos não faça as coisas voltarem ao andamento arrastado de O Espetacular Homem-Aranha ou caírem para o degrau bagunçado de Homem-Aranha 3. Mantendo a linha de The Amazing Spider-Man 2 (Legal, 3 de 5, apesar de seus pesares)... menos mau. 


             

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